segunda-feira, 22 de agosto de 2011

RELATÓRIO FINAL DA CPI DA REGIÃO SERRANA APONTOU INVESTIMENTO PÍFIOS EM
SISTEMAS DE DEFESA CIVIL

  Por Assessoria

  Após  intensos  seis meses de investigação foi votado e aprovado na noite
  desta  segunda-feira  (22)  na  Assembleia  Legislativa do Rio de Janeiro
  (Alerj)  o  relatório  final da CPI da Região Serrana. Nestes 180 dias de
  trabalho  a  CPI  investigou  as  causas  e possíveis omissões de agentes
  políticos  que  agravaram  as  conseqüências do maior desastre natural da
  história do Brasil.

  O  relator,  deputado  Nilton  Salomão (PT), afirmou que o relatório será
  encaminhado  aos órgãos de controle para que possam dar prosseguimento as
  investigações.  "Esse  relatório  além  de  apontar  responsabilidades de
  agentes  políticos,  será um grande norteador do Executivo no que tange o
  desenvolvimento  de  políticas  de  prevenção  de catástrofes", ressaltou
  Salomão.

  Um  dos  dados  apurados  e  apontados  com  destaque  no relatório foi o
  investimento  pífio  em  Defesa  Civil por parte dos municípios que foram
  atingidos  pela catátrofe. Segundo o relatório do estudo de investimentos
  em  Defesa  Civil,  elaborado  pelo  Tribunal de Contas do Estado (TCE) a
  pedido  da  CPI,  dos  últimos  seis  anos  (2005  a 2010) nos municípios
  atingidos  pela  tragédia, a cidade que mais injetou recursos na área foi
  Nova  Friburgo. Friburgo direcionou 0,33% do orçamento em ações de Defesa
  Civil.

  "O  dado  é  alarmante,  pois,  a  cidade  que  teve  maior percentual de
  investimento  em  Defesa  Civil  direcionou apenas 0,33% de seu orçamento
  para  o  órgão  responsável  pela  prevenção  e  formatação  de planos de
  emergência", contou o relator.

  A  CPI  encaminhará também recomendações aos órgãos de regulação para que
  os  responsáveis  pela  tragédia  continuem  sendo investigados. Ao TCE o
  relatório  recomenda  auditoria nos contratos das empresas RW Engenharia,
  Terrapleno e Vital e em todos os contratos assinados em Teresópolis, logo
  após  a  tragédia,  por dispensa de licitação, reconhecimento de dívida e
  Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

  Em  Petrópolis,  Nova  Friburgo  e Teresópolis, as recomendações são para
  auditar  também  contratos  assinados  com  o  Governo  do  Estado  em
  conseqüência das enchentes.

  À  seção  Teresópolis  do  Ministério  Público Estadual, os parlamentares
  fizeram  sugestões  para a investigação das possíveis relações criminosas
  entre  o  proprietário  da  empresa  RW,  José  Ricardo  de  Oliveira;  o
  ex-secretário de Planejamento de Teresópolis José Alexandre de Almeida; o
  ex-secretário  de  Obras  e  Serviços  Públicos  de  Teresópolis  Paulo
  Marquesini;  e  o  presidente  da Comissão de Licitações da Prefeitura de
  Teresópolis,  Valério  da  Silva  Medeiros. O documento pede ainda que se
  verifique  a possibilidade da devolução aos cofres públicos de R$ 100 mil
  pelo pagamento de propina por obras superfaturadas.

  "Outra  causa  estrutural  importante  foi  a  carência  absoluta  de uma
  política de uso do solo. Isso fez com que áreas de risco fossem ocupadas,
  assim  como  áreas  de  preservação permanente. Temos que enfrentar esses
  problemas  estruturais  de forma continuada para que tragédias como essas
  não se repitam", disse o presidente da CPI, deputado Luiz Paulo (PSDB).

  Tramitação

  Após  a  aprovação  de  hoje  pelo  colégio  da  CPI,  o  relatório  será
  encaminhado  para  Mesa Diretora para que possa ser votado no Plenário da
  Casa  Legislativa.  Para  o  presidente  da Comissão, deputado Luiz Paulo
  (PSDB) a votação deverá ocorrer dentro dos próximos 15 dias.

                                            Com informações da Ascom/Alerj

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