Unifeso tem apenas 8% dos alunos aprovados no Exame da OAB
- Professores protestam e acreditam que exame deve ser reorganizado
Joanna Medeiros
Marcus Wagner
Em todo o país, o desempenho dos estudantes de direito foi insatisfatório no Exame da OAB, que permite o exercício da profissão de advogado no Brasil. Em Teresópolis, o único curso de graduação em direito (bacharelado), oferecido pelo Centro Universitário Serra dos Órgãos, também segue o fluxo nacional e apenas 8,14% dos 88 inscritos foram aprovados no teste, de acordo com informações da OAB, ocupando o número 530 no ranking das duas mil universidades que oferecem a graduação em todo o Brasil. As baixas taxas de aprovação “acende a chama” sobre a qualidade de ensino oferecido nos cursos de direito em todo o país, e principalmente sobre o nível da formação dos profissionais.
O UNIFESO foi consultado, através de sua assessoria de comunicação, por dois dias seguidos, mas não se pronunciou sobre o assunto. Recentemente, em entrevista publicado em o DIÁRIO no dia 15 de setembro, quando discutia-se a avaliação feita pela OAB, a coordenadora do Curso de Direito do Unifeso, Tânia Barone, à época afirmou que o sistema de avaliação da OAB é ineficaz. “Eu vejo alunos que estudam muito e às vezes cai uma questão que, por acaso, passou sem muito estudo, enquanto ele sabe milhares de outras coisas e lê não é aproveitado. Eu acho que quarenta questões para se avaliar se ele tem condições para entrar no mercado de trabalho é meio covarde. Eu não estou percebendo nesta prova a intenção de medir conhecimento. Acho que na verdade a dificuldade que está sendo imposta nessa prova é para que a OAB possa manter ou comprovar a necessidade dessa prova. É muito mais para que ela tenha argumentos para alegar a necessidade de manutenção dessa prova”, disse Tânia.
Segundo a coordenadora, no último exame, praticamente 90% dos candidatos não foram aprovados. Ela afirma que os alunos do Unifeso com quem convive estudam muito, tendo uma excelente qualidade de aprendizado e que nesse ultimo exame, muitos foram aprovados, na maioria com a nota mínima. A professora garante que esses alunos tem condições de serem aprovados com um índice muito maior do que tiveram.
Em reportagem recente, o presidente da OAB Teresópolis Jéferson Faria de Moura disse que o exame garante que a sociedade tenha profissionais capacitados à disposição. Na opinião dele, o grande aumento do número de faculdades de Direito no país acabou reduzindo a qualidade do ensino. Tânia afirmou que este não é o caso do Unifeso.
“Eu acredito que há um trabalho muito sério, muito consciente, todos eles saem em condições de advogar, é claro que como em todas as instituições de ensino podemos ter exceções, mas a grande maioria são alunos que eu confio plenamente e nós podemos verificar isso pelos nossos índices de aprovação”, afirmou Tânia Barone.
Com relação ao baixo índice de aprovação em anos anteriores, a professora fez uma comparação outras instituições, que também não registram números muito diferentes: “Se você comparar com o índice das demais faculdades, você vai observar que o Unifeso está em condições de competir com o mercado, porque as consideradas grandes instituições de ensino, principalmente as públicas, aprovaram em torno de trinta por cento, o que comprova que o exame exigiu um pouco mais do que se esperava dele”.
Uma possível solução de acordo com Tânia Barone poderia ser um trabalho conjunto entre a OAB e o Ministério da Educação, que poderia fazer com que o conteúdo do ensino consiga satisfazer os critérios da instituição.
Realidade no país
No Ranking, também é possível fazer um comparativo entre as melhores e piores colocações de universidades em todo o país. Em primeiro lugar está um dos campi da USP – Universidade de São Paulo -, onde 39 alunos se inscreveram, 38 foram aprovados na primeira fase e 27 na segunda fase. O aproveitamento dos alunos da USP chegou a 71,05%, colocando a instituição na frente.
Já o pior desempenho ficou com o Centro Universitário Assunção (UNIFAI), também na cidade de São Paulo, “amarga” a última colocação com 121 inscritos, cinco aprovados na 1ª fase e um aprovado apenas na 2ª fase. O que representa um aproveitamento de menos de 1%.
Mesmo com um Centro Universitário à disposição dos teresopolitanos em nosso município, muitos estudantes escolhem estudar em outras instituições. Entre as mais escolhidas estão a Universidade Estácio de Sá (Nova Friburgo), Universidade Cândido
Mendes (Nova Friburgo) e Universidade Católica de Petrópolis.
A UCAM, por exemplo, ficou 112° lugar com 44 inscritos e nove aprovados, com aproveitamento de 20,93%.
Já a UCP teve 58 inscritos e apenas 5 aprovados, o que representa aproveitamento de 8,93%.
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Confira a colocação das principais universidades da região
Ranking
112
476
530
573
758
Instituição
Universidade Cândido Mendes Friburgo
UCP - Universidade Católica de Petrópolis
UNIFESO
UNIGRANRIO
Universidade Veiga de Almeida
Inscritos
44
58
88
119
78
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